segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

PAIS AUSENTES


Pais ausentes...
Filhos carentes
Doentes, desobedientes
Irreverentes, inconsequentes
Desafeiçoados, ingratos
Malvados, selvagens
Ferozes animais
Mentes insanas
Hienas humanas
Crianças, homens
Sociedade, mundo
Todos vítimas
De um sistema voraz



AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FOME DE AMOR



Sem você
Cama vazia
Noite fria
Solidão invade
Saudade bate
Lembranças doem
Desejos corroem
Olhos choram
Lágrimas rolam
Boca geme
Lábios tremem
Coração acelera
Pulsação altera
Mãos inquietas
Buscas incertas
Vontades insanas
Pernas bambas
Estúpido libido
Sexo incontido
Ânsia ardente
Passado presente
Alegria e dor
Esqueço que sou
Desconheço a razão
É pura paixão
É loucura do coração
É fome de amor.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTOCAVALCANTE

O GOSTO AMARGO DA DOR


Se eu tivesse deixado os vícios e costumes mundanos
E fosse menos egoísta e mais humano,
Não estaria sentindo o gosto amargo da dor.

Se as minhas posses fossem usadas para o bem
Doando um pouco para aqueles que nada tem,
Não estaria sentindo o gosto amargo da dor.

Se meus lábios falassem a linguagem dos aflitos
E o meu coração compreendesse as necessidades dos mendigos.
Não estaria sentindo o gosto amargo da dor.

Se eu compreendesse as fraquezas dos corações
E aceitasse os irmãos com suas limitações,
Não estaria sentindo o gosto amargo da dor.

Se por toda minha vida estivesse praticado caridades
Com desinteresse e espontaneidade,
Não estaria sentindo o gosto amargo da dor.

Se eu tivesse amado meu DEUS na sua profundidade
E as minhas ações fossem instrumento da sua vontade,
Não estaria sentindo o gosto amargo da dor.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

PAI, QUERIDO CARPINTEIRO



Querido carpinteiro
Amigo de todas as horas
Verdadeiro e único companheiro.
Como tu eras forte e cheio de esperança
Mas na minha ingênua ignorância
Sua atitudes nem sempre eram corretas.
Homem bruto e rude como pedra
Suas regras eram rígidas e tinham punições severas
Presente em minha alma a cada amanhecer
Por Deus, a minha rebeldia não permitia compreender
Suas razões e preocupações de pai.
Mas no dia em que a tumba lacrou seus restos mortais
Pude compreender o quanto era valiosa a sua preocupação
Para o processo evolutivo de minha formação.
Neste momento meus olhos lacrimejam, foge-me os vocábulos.
Lembranças do passado toma-me por inteiro.
Meus pensamentos materializam-se e trazem a mim
A presença do querido pai carpinteiro.
Foram momentos indescritíveis de felicidade
Que só a espiritualidade pode nos oferecer.
Quantas saudades, anos se passaram
Meus cabelos branquearam-se deixando-me igualmente a você
Agora posso compreender suas atitudes,
Enxergar qualidades e virtudes, entender erros e defeitos.
Assim foi fácil perceber que você queria-me do seu jeito.
Por tudo, eu quero agradecer-lhe em prece,
Pela palavras bruscas que invadiam meu ser,
Elas serviam-me de advertências.
Pelos gestos firmes e fortes que amedrontavam-me,
Elas continham respeito e cordialidade.
Pelas palmadas que arderam na minha carne e no meu coração,
Elas fizeram-me homem e cidadão.
Por todo amor que sempre recebi e por toda minha ingratidão,
Venho humildemente suplicar-lhe o perdão.
Porque jamais poderia compreender
Que tais atitudes seriam simplesmente para me proteger.
Obrigado meu pai, querido carpinteiro
Meu eterno amigo e fiel companheiro.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

MEU PAI - ETERNAS SAUDADES



Meu velho e amigo de todas as horas
Embora tenha sido frágil diante da morte
Foste forte diante da vida
Vida sofrida, vida perdida
Vida que foi se perdendo
Na triste solidão da família
Nas lembranças felizes daqueles dias
Quando todos reuniam-se
Em torno de ti sorrindo felicidades
Quantas saudades as lembranças me trazem
E me fazem crê que nada adiantou
Aquela casa vazia palco das suas agonias
Que a morte lentamente preparou.
Anos se passaram e o tempo mostrou
Que não é assim que se faz
Lacrado na tumba jaz
Enfim a paz pro seu drama
O corpo imerso na lama
O espírito na eternidade
Deixando a dor da saudade naqueles que te amam.
Agora que as mágoas passaram
As lembranças se perderam no tempo
As lágrimas se foram no vento
Restando resquício de uma vida
Construída de sacrifício e honestidade
Por isso é bom refletir com serenidade
Porque seja o erro qual for
Atire a primeira pedra aquele que nunca errou.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

MEU DEUS...



Quantos caminhos andei
Quantos amigos atraí
Quantos rostos esqueci
Quantas vezes me perdi
Quantas vezes me encontrei
Quantas vezes amei
Quantas vezes me enganei
Quantas vezes fingi
Quantas vezes caí
Quantas vezes levantei
Quantas vezes murmurei
Quantas vezes chorei
Sozinho a minha dor
Meu Deus
Derrama sobre meus passos
O bálsamo da tua coragem
Para que eu possa caminhar em prumo
Seguir sem medo seu rumo
Migos irmãos encontrar
Pra amar sem medida
Numa confiança infinita
Na felicidade irrestrita
Da certeza incontida
De ao menos noutra vida
Contigo vou estar.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

ESTÁBULO SAGRADO




Luzes reluzem sobre o estábulo
Cenário infecto dos animais
Um leito de capim e feno
Berço humilde e esplêndido
Pra acolher o príncipe da paz.
Era madrugada em Belem
Surge no céu uma estrela
Seus raios de intenso luzeiros
Brilham por mundos inteiros
Saudando o messias
Único e verdadeiros.
Gloria ao pai nas alturas
Louvado seja tua luz
Nasceu para todas criaturas
O filho de Deus
JESUS.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

CÉU E INFERNO


No dia do juízo final
Dois caminhos surgirão no além
Em silêncio Pai eterno acolherá os filhos do bem
Aos gritos satanás invocará os filhos do mal

Tumbas se racharão e delas sairão almas assustadoras
Anjos louvarão glorificando o supremo tribunal
Satanás impaciente aguardará as almas pecadoras
Enquanto a justiça divina dará a sentença final

Raios luminosos iluminarão as portas do paraíso
Anjos em legiões anunciarão o esperado veredicto
Pobres almas de olhos arregalados e corpos esquisitos
Assistirão submissas subirem ao céu apenas espíritos escolhidos

Um grito de horror cortará as trevas infernais
Os portões ardentes do inferno serão abertos
As almas perdidas brigarão averno
Diante dos olhos fumegantes de satanás

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

ELITA, MINHA MULHER



Meu amor...
És a deusa de minha idolatria
És a inspiração de minhas poesias
És o calor que me aquece nas noites frias
És o fetiche que estimula minhas fantasias
És a energia que preciso nos meus dias
És o analgésico que anestesia minha dor
Meu amor...
És o perfume que exala em meu jardim
És a rosa que desabrocha só pra mim
És o encanto de todas as flores
És a ternura de todos os amores
És a lágrima de todas as dores
És o coração que pulsa em mim
Meu amor...
És essência de prazer e fidelidade
És a certeza de minha cara metade
És a fonte que jorra meus desejos
És a chave que desvenda meus segredos
És a força do amor sem medo
És o leito de minha felicidade.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

NATAL - AMOR E REFLEXÃO




É natal.
É tempo de esperança e fé.
É tempo de harmonia e confraternização.
É tempo de amor e reflexão.
Então, vamos refletir sobre o natal dos nossos irmãos
Necessitados e excluídos de tudo e de todos por toda vida.
Enquanto alguns querem neste natal uma ceia farta e luxuosa,
Muitos querem apenas o que comer.
Enquanto alguns querem roupas finas para atender suas vaidades,
Muitos querem apenas o que vestir.
Enquanto alguns põe lentes de contato para embelezar a cor dos olhos,
Muitos querem apenas enxergar.
Enquanto alguns gastam tanto para terem unhas bonitas,
Muitos querem apenas as mãos.
Enquanto alguns passam horas nas academias para manter a vaidade do corpo,
Muitos querem apenas se locomover.
Enquanto alguns compram sapatos caros de marcas exuberantes,
Muitos querem apenas os pés.
Enquanto alguns querem neste natal carros luxuosos para envaidecerem seus egos,
Muitos querem apenas o milagre de andar.
Enquanto alguns buscam neste natal pessoas para satisfazerem seus desejos,
Muitos querem apenas um sorriso para terem um natal feliz

JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

A DOR DA LÁGRIMA DISFARÇADA



A lágrima que mais dói
É aquela que não se vê
Que nasce da rejeição
Que te joga no chão
Que tem gosto de perdão
Que rasga o coração
Sem niguém perceber

A lágrima que mais dói
Não molha nossa face
É a lágrima do disfarce
Que os olhos não alcançam
Que nos faz perder os sentidos
Que prende o eco do grito
E explode na garganta

A lágrima que mais dói
Os olhos não choram
Nasce do choro engolido
Do soluço contido
Do olhar perdido
Dos amigos inimigos
Que machucam e vão embora.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

DOIS CAMINHOS



Nos caminhos que o destino me leva
Um deles tem luz, o outro tem trevas
O de luz ilumina meus passos por onde passo
O de trevas tudo me cega, e erro tudo que faço

São dois caminhos que surgem a minha frente
Tão somente pra julgar erros do meu passado
Agarrado as riquezas que em vida consegui
Esqueci de amar os que me amavam de verdade

Quando chegar o dia do juizo final
Absorve-se o bem e condena-se o mal
Minha alma arrependida teme o pior
Minha carne apodrecida dissolvida virou pó
E as riquezas que eu tinha ficaram para traz
Menos os pecados por mim cometidos
Como forma de castigo tortura meu espírito
Tirando-me a paz.

AUTOR - JOSÉ AUGUSTO CAVALCANTE